Em setembro do ano passado, quando um professor da faculdade enviou um e-mail informando sobre uma bolsa oferecida pela CAPES e pela Fulbright para um MFA em Roteiro nos EUA, a primeira coisa que me veio à cabeça foi: "Será que eu tenho chance?" Escolhi tentar.
Foram vinte dias muito corridos preparando todo o material exigido, ao mesmo tempo em que enfrentava um período turbulento no trabalho como assessor de imprensa e ajustava os últimos detalhes das minhas tão sonhadas férias para a Patagônia. Estive a ponto de desistir várias vezes – “não vou ganhar mesmo…” –, mas escolhi ir até o fim, mesmo ao descobrir cinco minutos antes do prazo final que uma das redações tinha o dobro de páginas do permitido. Editei o arquivo em dois minutos, consegui tirar férias uma semana depois e, na volta, após uma entrevista com seis avaliadores, recebi o telefonema que iria mudar a minha vida: "Estamos ligando para dizer que escolhemos você!"
Os dias seguintes foram de pura excitação, ansiedade e muito trabalho preparando os applications para as instituições. A ansiedade se estendeu por mais quatro meses, até que após uma nova entrevista – dessa vez por telefone –, finalmente fui aceito pelo American Film Institute em Los Angeles. "Congratulations. You've been chosen to be part of our team". É incrível e ao mesmo tempo assustador ver seu sonho prestes a se realizar. Lembrava do dia em que quase desisti de todo processo e fui tomado por uma alegria enorme ao pensar que tinha escolhido ir até o fim.